O FENÔMENO
CLIMÁTICO EL NIÑO
Meteorologistas
do mundo inteiro já anunciaram que o ano de dois mil e quatorze estará sob
influência do EL NIÑO, alertando sobre os efeitos negativos que o mesmo pode causar
no planeta.
O EL NIÑO é um
fenômeno climático de caráter atmosférico-oceânico em que ocorre o aquecimento
anormal das águas superficiais do Oceano Pacífico.
Estudos
paleoclimáticos, históricos, arqueológicos e de relatos de navegadores apontam
que o fenômeno ocorre a mais de duzentos anos. Estes apontamentos envolvem
mudança na força dos ventos, transformação na quantidade e intensidade das
chuvas, secas, enchentes, atividade pesqueira e produção agrícola.
Não há uma
única teoria que defina a origem deste fenômeno. Existem várias hipóteses como
ciclos solares, erupções vulcânicas, acúmulo sazonal de águas quentes no Oceano
Pacífico e queda de temperatura na Ásia Central.
Para
compreender como ocorre o EL NIÑO deve-se entender o que é pressão atmosférica
alta e baixa pressão. A pressão atmosférica alta pode ser definida como uma
camada de ar frio e denso que se dirige em direção à superfície, movimento de
subsidência (descida) de ar frio. Esse movimento promove o deslocamento dos ventos
em direção às zonas de baixa pressão, onde o ar é mais quente e menos denso e
tende a sofrer ascendência (subida) contribuindo para a formação dos ventos
alísios.
Em um ciclo
normal, os ventos alísios sopram sentido leste-oeste, originando um excesso de
água no Pacífico Ocidental, de tal modo que a superfície do mar é meio metro
mais alto na costa da Indonésia do que no Equador. Isso provoca ressurgência
das águas profundas, mais frias e carregadas de nutrientes na costa ocidental
da América do Sul, que alimenta o sistema marinho.
Quando o clima
está sob atuação do EL NIÑO, que ocorre entre dois a sete anos, com uma média
de três a quatro anos, os ventos alísios sopram com menos força ( os cientistas
ainda não sabem o motivo) em todo o centro do Oceano Pacífico, resultando numa
diminuição da ressurgência de águas profundas e na acumulação de água mais
quente que o normal na costa oeste da América do Sul.
O clima do
planeta sofre mudanças. Ocorre alteração da distribuição do calor em diversas
localidades da Oceânia, em especial na Austrália. Em algumas ilhas do Pacífico,
além de países do sudeste asiático como Indonésia e Índia, os verões geralmente
úmidos acabam tendo uma redução na quantidade de chuvas. No litoral da América
do Sul e da América do Norte ocorre um aumento de temperatura e, especialmente
nos meses de verão, há um aumento de chuvas e enchentes. Para áreas pesqueiras
do Pacífico Leste, como Peru, Chile e Canadá o EL NIÑO pode ser dramático,
diminuindo a quantidade de peixes.
No Brasil, as
regiões norte e nordeste são afetadas pela ocorrência de seca, mais severa no
nordeste. A região centro-oeste não apresenta efeitos evidentes na mudança do
padrão das chuvas, mas há uma tendência de aumento destas no sul do Mato Grosso
do Sul. No sudeste há aumento sutil das temperaturas médias, diminuindo a
incidência de geadas. E por fim, a região sul que tem excesso de chuvas.
Em relação à
região sul, em ano de atuação deste fenômeno, as chuvas que caíram no final do
outono e no início do inverno neste ano seriam consequência do fenômeno EL
NIÑO?
Os
meteorologistas são cautelosos e consideram cedo para dizer. O período de
duração do fenômeno varia entre dez a dezoito meses e duas épocas do ano são
mais afetadas: a primavera e começo do verão ( outubro, novembro e dezembro) no
ano inicial do evento e final de outono e começo do inverno ( abril, maio e
junho) no ano seguinte ao evento. Então, considera-se que o EL NIÑO neste
período das chuvas estivesse em formação, mas lembram que nenhum fenômeno é
igual ao outro. Analisam a possibilidade de uma intensificação de alta pressão
do Atlântico que impediram as frentes frias de chegarem no sudeste, ficando
concentradas na região.
Se as chuvas
que caíram na região sul não foram ocasionadas pelo EL NIÑO, surge uma
preocupação ainda maior para o período de pico do mesmo neste ano que será na
primavera e verão. Quando as chuvas chegarem encontrarão os solos já
encharcados podendo ocasionar prejuízos ainda maiores dos que causados pelas
chuvas que caíram no final de outono e início do inverno.
Com o episódio
das chuvas, citado acima, fica evidente o despreparo e a falta de projetos de
prevenção da região sul para enfrentar as consequências do aumento da
pluviosidade, principalmente em áreas predestinadas ao alagamento, bem como a
fragilidade das rodovias e para as consequências no setor econômico.
Fenômenos
climáticos, terremotos, vulcões, tornados, cada um em seu tempo de atuação
mostra que a natureza sempre está atuando e se transformando, e , o homem com
toda a tecnologia que criou nem sempre consegue prever, decifrar e controlar a
ação da mesma.
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