terça-feira, 18 de novembro de 2014

O FENÔMENO CLIMÁTICO EL NIÑO


                                O FENÔMENO CLIMÁTICO EL NIÑO

     Meteorologistas do mundo inteiro já anunciaram que o ano de dois mil e quatorze estará sob influência do EL NIÑO, alertando sobre os efeitos negativos que o mesmo pode causar no planeta.

     O EL NIÑO é um fenômeno climático de caráter atmosférico-oceânico em que ocorre o aquecimento anormal das águas superficiais do Oceano Pacífico.

     Estudos paleoclimáticos, históricos, arqueológicos e de relatos de navegadores apontam que o fenômeno ocorre a mais de duzentos anos. Estes apontamentos envolvem mudança na força dos ventos, transformação na quantidade e intensidade das chuvas, secas, enchentes, atividade pesqueira e produção agrícola.

     Não há uma única teoria que defina a origem deste fenômeno. Existem várias hipóteses como ciclos solares, erupções vulcânicas, acúmulo sazonal de águas quentes no Oceano Pacífico e queda de temperatura na Ásia Central.

     Para compreender como ocorre o EL NIÑO deve-se entender o que é pressão atmosférica alta e baixa pressão. A pressão atmosférica alta pode ser definida como uma camada de ar frio e denso que se dirige em direção à superfície, movimento de subsidência (descida) de ar frio. Esse movimento promove o deslocamento dos ventos em direção às zonas de baixa pressão, onde o ar é mais quente e menos denso e tende a sofrer ascendência (subida) contribuindo para a formação dos ventos alísios.

     Em um ciclo normal, os ventos alísios sopram sentido leste-oeste, originando um excesso de água no Pacífico Ocidental, de tal modo que a superfície do mar é meio metro mais alto na costa da Indonésia do que no Equador. Isso provoca ressurgência das águas profundas, mais frias e carregadas de nutrientes na costa ocidental da América do Sul, que alimenta o sistema marinho.

     Quando o clima está sob atuação do EL NIÑO, que ocorre entre dois a sete anos, com uma média de três a quatro anos, os ventos alísios sopram com menos força ( os cientistas ainda não sabem o motivo) em todo o centro do Oceano Pacífico, resultando numa diminuição da ressurgência de águas profundas e na acumulação de água mais quente que o normal na costa oeste da América do Sul.

     O clima do planeta sofre mudanças. Ocorre alteração da distribuição do calor em diversas localidades da Oceânia, em especial na Austrália. Em algumas ilhas do Pacífico, além de países do sudeste asiático como Indonésia e Índia, os verões geralmente úmidos acabam tendo uma redução na quantidade de chuvas. No litoral da América do Sul e da América do Norte ocorre um aumento de temperatura e, especialmente nos meses de verão, há um aumento de chuvas e enchentes. Para áreas pesqueiras do Pacífico Leste, como Peru, Chile e Canadá o EL NIÑO pode ser dramático, diminuindo a quantidade de peixes.

     No Brasil, as regiões norte e nordeste são afetadas pela ocorrência de seca, mais severa no nordeste. A região centro-oeste não apresenta efeitos evidentes na mudança do padrão das chuvas, mas há uma tendência de aumento destas no sul do Mato Grosso do Sul. No sudeste há aumento sutil das temperaturas médias, diminuindo a incidência de geadas. E por fim, a região sul que tem excesso de chuvas.

     Em relação à região sul, em ano de atuação deste fenômeno, as chuvas que caíram no final do outono e no início do inverno neste ano seriam consequência do fenômeno EL NIÑO?

     Os meteorologistas são cautelosos e consideram cedo para dizer. O período de duração do fenômeno varia entre dez a dezoito meses e duas épocas do ano são mais afetadas: a primavera e começo do verão ( outubro, novembro e dezembro) no ano inicial do evento e final de outono e começo do inverno ( abril, maio e junho) no ano seguinte ao evento. Então, considera-se que o EL NIÑO neste período das chuvas estivesse em formação, mas lembram que nenhum fenômeno é igual ao outro. Analisam a possibilidade de uma intensificação de alta pressão do Atlântico que impediram as frentes frias de chegarem no sudeste, ficando concentradas na região.

     Se as chuvas que caíram na região sul não foram ocasionadas pelo EL NIÑO, surge uma preocupação ainda maior para o período de pico do mesmo neste ano que será na primavera e verão. Quando as chuvas chegarem encontrarão os solos já encharcados podendo ocasionar prejuízos ainda maiores dos que causados pelas chuvas que caíram no final de outono e início do inverno.

     Com o episódio das chuvas, citado acima, fica evidente o despreparo e a falta de projetos de prevenção da região sul para enfrentar as consequências do aumento da pluviosidade, principalmente em áreas predestinadas ao alagamento, bem como a fragilidade das rodovias e para as consequências no setor econômico.

     Fenômenos climáticos, terremotos, vulcões, tornados, cada um em seu tempo de atuação mostra que a natureza sempre está atuando e se transformando, e , o homem com toda a tecnologia que criou nem sempre consegue prever, decifrar e controlar a ação da mesma.

   

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