ESTRATÉGIAS DE PARTICIPAÇÃO POPULAR
Analisando a história do Brasil, poderíamos nos perguntar:
onde esteve o povo brasileiro nestes momentos históricos? Qual foi sua
participação, sua influência, como foi sua presença na vida política nacional neste
período de grandes mudanças de nossa estrutura social, nas decisões que
definiram o destino de nosso país?
No caso especifico da República, na citação abaixo, o
autor mostra como era o comportamento do povo comum frente às ações políticas,
um comportamento que tinha várias respostas e reações. Longe de ser um povo
apático, foram várias as formas de buscar participar da vida nacional.
“Perdia-se o humor apenas quando o governo buscava impor o
formal, quando procurava aplicar a lei literalmente. Nesses momentos o
entendimento implícito era quebrado, o poder violava o pacto, a constituição
não-escrita. então tinha de recorrer à repressão, ao arbítrio, o que gerava a
revolta em resposta, mas, como vimos, eram momentos de crise, não o cotidiano.
O povo sabia que o formal não era sério. Não havia
caminhos de participação, a República não era para valer. Nessa perspectiva, o
bestializado era quem levasse a política a sério, era o que se prestasse à
manipulação (...) Quem apenas assistia, como fazia o povo do Rio por ocasião
das grandes transformações realizadas a sua revelia, estava longe de ser
bestializado. Era bilontra." (Carvalho, J.M., Os Bestializados, pág. 159
-160)
Se pensarmos apenas nestes três importantes fatos
históricos, que nomes vêm à cabeça de vocês?
FATO - NOME:
Independência do Brasil
Abolição da escravatura
Proclamação da República
Entre 1820 e 1890 aconteceram no Brasil diversos
movimentos sociais, fruto de revoltas contra dominação, exploração e
desigualdade. Em todos os casos, a reação das classes dominantes foi a mesma,
dura repressão policial.
Vejamos alguns exemplos destes movimentos:
1 – Confederação do Equador:
Em 1824, os Pernambucanos se revoltaram contra Dom Pedro e
conseguiram a adesão de 7 estados do nordeste, formando a “Confederação do
Equador”. Nesta luta, depois de Pernambuco, Ceará foi o estado que mais se
destacou. O povo, organizado sob a liderança de Pedro Pedroso e de frei Caneca,
entrou na luta, mas exigiam bem mais do que os chefes da revolta, que queriam
somente a independência do nordeste. O povo exigia liberdade para os escravos,
para os trabalhadores e uma nova sociedade. A aristocracia então, começou a ter
medo do povo e ficou dividida. Foi fácil para o imperador dominar a rebelião,
estado por estado.
2 – Cabanada:
Mesmo depois da sangrenta e desumana repressão de 1823
(quando ingleses assassinaram a mando do Imperador, centenas de nativos do
Pará, que se revoltaram contra as desigualdades
em relação ao Rio de Janeiro), o povo do Pará não baixou a cabeça. Entre 1835 e
1839 o povo se rebelou, dominando toda província (estado) e ocupando por duas
vezes a capital. Mesmo chegando a conquistar o poder, não sabiam administrá-lo,
pois não estavam preparados para isso. Eram liderados por dois lavradores, os
irmãos Vinagre e pelo seringueiro Agelim. Reivindicavam o fim da escravidão, a
distribuição de terras e uma vida digna. “Cabanada” significa revolta dos
moradores das cabanas (moradias pobres). Divisões internas enfraqueceram o
movimento, que foi de novo esmagado pelas tropas do Imperador. Dos 100 mil
habitantes da província, 40 mil foram mortos em incêndios, destruições e
assassinatos.
3 – Balaiada
Na mesma época da Cabanada, o povo maranhense também
estava revoltado. O nome desta revolta, vem de um dos chefes, que era um
artesão, que fazia balaios. Outros líderes da revolta foram o vaqueiro cara
preta e o negro Cosme, chefe de um
Quilombo. Nesses anos a população Maranhense era de 200 mil habitantes, e
desses, 90 mil eram escravos e o resto lavradores. Se revoltaram contra o
recrutamento obrigatório do exército e a exploração dos latifundiários, queriam
a distribuição de terras. Também essa revolta, muito heróica, não era bem organizada
e foi esmagada em 1841 pelo barão de Caxias.
VOCÊ JÁ OUVIU FALAR DE OUTRAS REVOLTAS POPULARES NESTA
ÉPOCA? QUAIS?
JÁ OUVIU FALAR DOS QUILOMBOS? O QUE SABE SOBRE ELES?
A reivindicação comum dos movimentos, foi a participação
nos espaços decisórios da vida do país, igualdade social e fim da escravidão.
Mas, ainda precisamos de longos anos de lutas para conquistar a tão sonhada
cidadania ativa.
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