terça-feira, 18 de novembro de 2014

Independência do Brasil - HISTÓRIA DA LUTA DOS TRABALHADORES NO BRASIL


Independência do Brasil

A independência do Brasil em relação à dominação de Portugal significou mudanças para a chamada aristocracia rural, que eram os grandes donos das terras brasileiras, proprietários de escravos e defensores da monocultura do café para a exportação.

Podemos dizer que nesta época (1822 a 1889) havia basicamente três grupos de interesses entre os aristocratas rurais: os da região sudeste  (que plantavam o café); os do nordeste (que plantavam cana de açúcar e algodão) e os do sul do país (que cultivavam gado). O debate estabelecido entre os grupos era em ralação aos impostos que tinham que pagar para Portugal e como iriam se sobrepor um em relação ao outro.

Mas, nenhum dos grupos de interesses rural colocou em questão a necessidade do fim da escravidão, pelo contrário queriam manter o sistema escravista como modo de produção, além disso, o tráfico de escravos se mostrava ainda extremamente rentável para os traficantes. A manutenção estava associada a permanência da economia baseada numa só produção agrícola, a monocultura, que exigia grandes extensões de terras concentradas, com poucos proprietários.

Este momento de ruptura política, a Proclamação da Independência, teve então interesses destes grupos dominantes, e o projeto de Nação que foi construído estava limitado aos interesses desses grupos. Não havia naquele momento nenhuma intenção de mudar as relações sociais, o sistema de trabalho ou o modo de produção. A primeira opção da elite não era romper politicamente com Portugal, inclusive com um parlamento único com representantes do Brasil e Portugal, queriam apenas autonomia financeira. A segunda opção era o rompimento com Portugal sob regime monárquico e a última opção seria o rompimento político com Portugal e a instauração de um regime republicano. 

Como sabemos a segunda opção foi a escolhida pela elite. Foi a atitude dos representantes da nobreza e da burguesia da cidade do Porto buscando restabelecer a condição colonial, que fez pender a balança para a separação e a única opção da elite vinculada aos interesses da Colônia foi proclamar a independência. Porém, a fizeram da forma  mais branda possível através de negociações políticas e não através de uma guerra declarada que pudesse envolver as camadas populares, por isso a opção, pela Monarquia e por D. Pedro I. 


Proclamar a República era tido como um gesto muito ousado pela nossa elite, pois havia um temor quase indisfarçável de que a república levasse a fragmentação do país e à guerra racial levando-se em conta que  a escravidão era a base da economia e que os escravos compunham quase um terço da população. 

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