Independência
do Brasil
A independência do Brasil em relação à dominação
de Portugal significou mudanças para a chamada aristocracia rural, que eram os
grandes donos das terras brasileiras, proprietários de escravos e defensores da
monocultura do café para a exportação.
Podemos dizer que nesta época (1822 a 1889) havia
basicamente três grupos de interesses entre os aristocratas rurais: os da
região sudeste (que plantavam o café);
os do nordeste (que plantavam cana de açúcar e algodão) e os do sul do país
(que cultivavam gado). O debate estabelecido entre os grupos era em ralação aos
impostos que tinham que pagar para Portugal e como iriam se sobrepor um em
relação ao outro.
Mas, nenhum dos grupos de interesses rural
colocou em questão a necessidade do fim da escravidão, pelo contrário queriam
manter o sistema escravista como modo de produção, além disso, o tráfico de
escravos se mostrava ainda extremamente rentável para os traficantes. A
manutenção estava associada a permanência da economia baseada numa só produção
agrícola, a monocultura, que exigia grandes extensões de terras concentradas,
com poucos proprietários.
Este momento de ruptura política, a Proclamação da
Independência, teve então interesses destes grupos dominantes, e o projeto de
Nação que foi construído estava limitado aos interesses desses grupos. Não
havia naquele momento nenhuma intenção de mudar as relações sociais, o sistema
de trabalho ou o modo de produção. A primeira opção da elite não era romper
politicamente com Portugal, inclusive com um parlamento único com
representantes do Brasil e Portugal, queriam apenas autonomia financeira. A
segunda opção era o rompimento com Portugal sob regime monárquico e a última
opção seria o rompimento político com Portugal e a instauração de um regime
republicano.
Como sabemos a segunda opção foi a escolhida
pela elite. Foi a atitude dos representantes da nobreza e da burguesia da
cidade do Porto buscando restabelecer a condição colonial, que fez pender a
balança para a separação e a única opção da elite vinculada aos interesses da
Colônia foi proclamar a independência. Porém, a fizeram da forma mais branda possível através de negociações
políticas e não através de uma guerra declarada que pudesse envolver as camadas
populares, por isso a opção, pela Monarquia e por D. Pedro I.
Proclamar a República era tido como um gesto
muito ousado pela nossa elite, pois havia um temor quase indisfarçável de que a
república levasse a fragmentação do país e à guerra racial levando-se em conta
que a escravidão era a base da economia
e que os escravos compunham quase um terço da população.
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